Tecnologias para produção de milho, soja, arroz e feijão foram apresentadas durante dia de campo “Grandes Culturas”, realizado na última sexta, 8, na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em Lambari. Durante as dinâmicas de campo, os participantes conheceram dicas de como se obter sucesso nas culturas do milho e do feijão, além de novas alternativas para adubação de arroz e feijão, além de avaliação da eficiência agronômica da bactéria Azospirillum braziliense em gramíneas.
Segundo o pesquisador da EPAMIG Fábio Aurélio Martins o objetivo do evento foi incentivar o plantio de sementes mais adaptadas à região, além de mostrar alternativas para a cultura da soja, que tem sido cultivada na região com o objetivo de atender indústria de ração. “Nas últimas safras houve um aumento do cultivo de grãos no Sul de Minas. Estamos desenvolvendo estudos de rotação de culturas, como arroz de ciclo precoce em sucessão à cultura da soja, dentre outras”, explica. O diretor de Operações Técnicas da EPAMIG, Plínio Soares, que é também pesquisador, apresentou como opção de plantio de arroz as cultivares, recentemente lançadas, BRSMG Rubelita (várzea) e BRSMG Caçula (terras altas). Essas cultivares são resultantes de vários anos de pesquisas do Programa de Melhoramento Genético do Arroz, conduzido pela EPAMIG, Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Embrapa Arroz e Feijão. A cultivar Rubelita apresenta boa produtividade e resistência às principais doenças da cultura. É uma variedade de grãos agulhinha, boa qualidade de panela, própria para várzeas sob irrigação por inundação contínua. Já a Caçula, além de boa produtividade, tem tolerância à seca e destaca-se pelo ciclo superprecoce. “No Brasil, a Caçula é a cultivar que apresenta ciclo com maior precocidade, sendo uma excelente alternativa para cultivo na safrinha”, aponta Plínio. Essa cultivar é recomendada para plantio em todo estado de Minas Gerais, em condições de terras altas. “A Caçula possui grande potencial de produção de grãos tipo agulhinha e mantém alto rendimento de grãos inteiros no beneficiamento – cerca de 60%, sendo os mais valorizados do mercado”, explica. Segundo Plínio, a produção de arroz e feijão em Minas Gerais é realizada, principalmente, por pequenos produtores, mas as cultivares de arroz desenvolvidas pela EPAMIG atendem do pequeno ao grande orizicultor. Ele explica que para o pequeno produtor, que tem menos capacidade de assumir riscos, é fundamental realizar o plantio na época correta, que deve ser concentrado em outubro e novembro. O pesquisador também alerta para outro importante aspecto: o ponto ideal da colheita. “Deve ocorrer quando os grãos da panícula estão verde-amarelados”, explica. Para a cultura do feijão a pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão Ângela Abreu apresentou algumas cultivares desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento do Feijão em Minas Gerais, através de convênio entre EPAMIG, Universidade Federal de Viçosa, UFLA e Embrapa. Desde 2002, foram lançadas as seguintes cultivares melhoradas de feijão: tipo feijão carioca – Talismã, Majestoso e Madrepérola; tipo rajado – Realce; tipo feijão roxo – Tesouro e a cultivar tipo Jalo – União. O Programa de melhoramento, a cada dois anos, seleciona as linhagens mais bem avaliadas para serem realizados testes de resistência a doenças, resistência à seca, colheita, porte, adaptabilidade; no laboratório, teste de cozimento, teor de proteína, qualidade e culinária. “A expectativa é lançarmos mais duas cultivares do tipo carioca e uma cultivar de feijão preto ainda este ano”, disse. Para o produtor familiar Sérgio da Cruz, que tem propriedade em Lambari, o evento foi uma excelente oportunidade para obter mais conhecimentos sobre a cultura do feijão. “Plantei a cultivar Madrepérola, por recomendação da EPAMIG. Essa cultivar tem como diferencial grão com cor mais clara. Esse fator possibilita período maior de comercialização do produto, já que os grãos escurecem mais lentamente”, afirma. Os participantes ainda conheceram mais sobre fatores que influenciam na qualidade fitossanitária das sementes dessas culturas, além de normas e padrões para produção e comercialização. Soja de Minas Essas cultivares foram beneficiadas, embaladas e já estão sendo comercializadas em supermercados em Uberaba. Degustações da soja marrom, preparada com feijão, e da amarela, preparada como salada, foram realizadas em diversos eventos em Uberaba e região, com o objetivo de se verificar a aceitação do produto no mercado local. A pesquisadora da EPAMIG ofereceu a receita a 4.371 pessoas e 96% delas aprovaram o sabor; e 94% dos que provaram, garantiram que comprariam os produtos. Milho: 10 mandamentos para cultivo · Semear na época adequada: outubro a novembro;
Matéria publicada pelo Jornal do Campo Link: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28005&secao=Manejo&c2=Manejo
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